Tuesday, August 19, 2008

opss

parece que tem alguma coisa errada com o mundo. uma amiga minha hoje: e você na monica bergamo, né? eu nem tinha visto. fui ver. era sobre gramado. tinha uma foto da leandra falando antes da exibição do filme e uma minha fora de contexto que tinha sido tirada para a zero hora. dizia que eu não tinha falado nada no microfone e que estava cansada de explicar que o filme não era um retrato da minha personalidade. certo. é verdade. não falei no microfone mesmo, ia falar o quê? "oi, escrevi uns livros, vendi para o murilo salles e ele fez este filme que não é meu, obrigada, voltem sempre"? diz também "lá pela uma hora de filme, a escritora abandona a sessão". porra. a escritora saiu discretamente no escuro para tomar um conhaque no bar porque já viu o filme umas oito vezes e nem estava afim de ver de novo e alguém, além de notar, ainda escreve no jornal como se fosse um grande descaso. desculpe, eu não sei me comportar socialmente, não sabia que fazia parte da etiqueta ficar até o fim da sessão. feio mesmo teria sido eu dormir. na verdade eu nem precisava estar lá, afinal, como não me canso de repetir, meus são os livros, o filme é do murilo, da leandra, do pedro paulo, da marcela & de toda a equipe. não é descaso algum, eu apenas não tive participação no processo e deixo isso claro para que não confundam textos de outras pessoas com meus textos e roteiros de outras pessoas com histórias dos meus livros. é um caso muito simples de um autor esclarecendo a sua obra. mas não. adoram um bafafazinho. e gente, não tinha tanto ator, tanta atriz, tinha até o didi sendo homenageado lá em gramado, pra que ficar prestando atenção no que eu estava a fazer?

na mesma edição dominical da folha saiu uma foto e umas aspas minhas numa matéria sobre mulheres que o povo da revista da folha achou que representavam alguma faceta da madonna. oquei. eu nunca me identifiquei com a madonna e nunca tive nenhum disco dela. nunca me incomodou também, achava até legal as polêmicas que ela criava porque alguém precisa quebrar os tabus e acabar com a putaria - ou começar, no caso. achei que seria um perfil interessante, entendi que era uma matéria sobre a madonna mas deixei claro que sempre fui mais do róque e dos negão, mas nada disso saiu. eu saí como a fase material girl da madonna. como se tivesse vindo para são paulo vencer na vida. pra falar a verdade eu nem sei qual é a fase material girl da madonna, mas esse título não me apetece nem um pouco. só sei que esse lado ambicioso de saber o que quer e conseguir a todo custo nunca teve nada a ver comigo. eu vim para são paulo porque queria trabalhar e porque achei que era hora de mudar. cheguei aqui e comecei a escrever meu primeiro livro, não foi algo planejado. três dias depois que cheguei comecei a escrever o máquina de pinball. talvez eu soubesse lá no fundo que precisava dessa mudança de ares para começar um romance. mas francamente, aos vinte e dois anos eu não sabia muito, apesar de ter certeza que sabia de tudo. as coisas foram acontecendo espontaneamente. não foi "por acaso" porque eu sabia que queria escrever na vida, não escorreguei numa casca de banana e escrevi um livro, mas foi espontâneo. aconteceu. fui escrevendo meu livro, depois fiz meu blog e yadayada. continua sendo assim. eu saio do cinema porque quero tomar um conhaque e quando vejo saiu uma nota na coluna social. que merda. e tem gente que paga pra isso, né? minha editora disse que o andy warhol dizia que não importa o conteúdo, só o tamanho da foto e da matéria. ai, andy, não sei. acho que só ex-big brother pra se sentir confortável nessa situação. também não quero sair fugindo para o alasca quando vêm me abordar, mas confesso que acho muito esquisito isso tudo. e chato. tanta gente querendo aparecer. tanta mulher-fruta requebrando por aí. deixa eu tomar meu conhaque, moça.



bom-humor e receptividade da parte da escritora na sessão do filme. só na contigo!
na contigo! (!)
leve-me, senhor.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

  • Vida de gato
  • Das coisas esquecidas atrás da estante : esgotado, procure nos sebos!
  • Máquina de Pinball
senso*