Friday, November 02, 2007

cantando para a morte

pela primeira vez em muitos anos, pelo menos nos anos que me lembro, postando do saguão de um hotel que mais parece um shopping, depois de um dia surreal de onde pessoas ressurgem de londres, me entregam caixinhas de chicletes e saem andando com aquele sorriso que me segurou nos braços por meses, um dia onde pessoas me dizem não, clarah, assim não, um dia onde pessoas me dizem: justo, um dia onde outras pessoas me dizem que casariam comigo, um dia onde tudo acontece e eu saio por aí de shortinho e melissinha e a chuva cai torrencialmente lá fora eu me declaro, eu me declaro pela primeira vez em muitos anos, pelos menos nos anos que me lembro:


estou fodidamente confusa.
confusa.
con-fu-sa.


darling,
a chuva que você pediu há exatamente um ano veio.

eu não sei mais nada.
nossa senhora da puta que pariu,

eu não tenho como saber mais nada.


eu
eu,
caralho,

que dia é esse?

vou enfrentar a chuva, vou entender isso tudo e se tiver que me ensopar nela, pisar nas poças e chorar e gritar cravando as unhas no asfalto é isso que eu vou fazer, mas vou enfrentar esse dia, porque alguma coisa essa porra toda deve estar querendo me dizer.

eu vou cantar para a morte e ela vai me escutar.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

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senso*