SORTE DE HOJE: SEU DESTINO MUDOU COMPLETAMENTE
O problema todo é uma falta de perspectiva bestial.
Não é que não tenha nada acontecendo. Tem. Tem milhares de coisas acontecendo. As possibilidades se derramam como alguma metáfora estúpida, as coisas acontecem, acontecem, acontecem o tempo todo. Mas nada disso me interessa realmente. Todas essas possibilidades são apenas dinheiro na minha vida. "Apenas". É claro que dinheiro vai me trazer várias coisas que eu quero, toda a independência que eu preciso e todas as futilidades que eu almejo. É claro que eu fico mordendo as pelezinhas dos dedos quando não tenho dinheiro, e quando tenho posso comprar meu Les Vanilliers, meus livros, posso cortar meu cabelo na Helaine e posso comprar dvds pra minha filha e jantar onde eu quiser. Mas eu vou continuar aqui, atolada em São Paulo, Brasil, vendo aquelas pessoas estalando os dedos e achando que estão abafando, achando que é o centro do mundo, achando que aqui é o lugar. Eu nunca achei que aqui fosse o lugar. Saí da minha cidade porque lá também não era e aqui era o melhor que eu podia no momento. Mas cinco anos e meio já se passaram e ei, já está na hora de tomar um outro rumo. Eu quero ir embora daqui. Embora embora. Fazer a malinha, um FAMÍLIA VENDE TUDO e me mandar para um lugar onde eu me sinta acolhida. Mesmo que a concorrência seja feroz. Aqui não tem nada do que eu quero. E é por isso que eu ando carrancuda pelas ruas, sem nem mais som pra cobrir a barulheira dos infernos porque meu ipobre estragou. Gostaria de dizer que nada me impede. Mas ninguém vai me deixar ir embora com a minha filha. Ela tem um pai, afinal de contas, e ele está aqui. Quem mandou, não é mesmo? O instinto mandou e agora é meio tarde para pensar nisso. Mas o que eu sei é o seguinte: eu preciso sair daqui. Preciso sair daqui em nome da minha sanidade, em nome do meu amor-próprio, em nome de tudo que eu sempre acreditei e que simplesmente não dá pra acreditar aqui neste lugar onde eu vivo. Nem ganhando grana, muita grana. Eu não sei viver na bolha. Preciso sair na rua e me sentir bem. Estou me sentindo acuada. Os prédios estão se dobrando sobre mim. Meus amigos que ganham grana conseguem viver felizes. Eu tento acompanhar a felicidade deles. Mas não sou capaz dessa felicidade. Porque nada do que eu quero está aqui. Eu preciso cair fora. Nem que seja pra descobrir que eu estava errada e voltar.
Não é que não tenha nada acontecendo. Tem. Tem milhares de coisas acontecendo. As possibilidades se derramam como alguma metáfora estúpida, as coisas acontecem, acontecem, acontecem o tempo todo. Mas nada disso me interessa realmente. Todas essas possibilidades são apenas dinheiro na minha vida. "Apenas". É claro que dinheiro vai me trazer várias coisas que eu quero, toda a independência que eu preciso e todas as futilidades que eu almejo. É claro que eu fico mordendo as pelezinhas dos dedos quando não tenho dinheiro, e quando tenho posso comprar meu Les Vanilliers, meus livros, posso cortar meu cabelo na Helaine e posso comprar dvds pra minha filha e jantar onde eu quiser. Mas eu vou continuar aqui, atolada em São Paulo, Brasil, vendo aquelas pessoas estalando os dedos e achando que estão abafando, achando que é o centro do mundo, achando que aqui é o lugar. Eu nunca achei que aqui fosse o lugar. Saí da minha cidade porque lá também não era e aqui era o melhor que eu podia no momento. Mas cinco anos e meio já se passaram e ei, já está na hora de tomar um outro rumo. Eu quero ir embora daqui. Embora embora. Fazer a malinha, um FAMÍLIA VENDE TUDO e me mandar para um lugar onde eu me sinta acolhida. Mesmo que a concorrência seja feroz. Aqui não tem nada do que eu quero. E é por isso que eu ando carrancuda pelas ruas, sem nem mais som pra cobrir a barulheira dos infernos porque meu ipobre estragou. Gostaria de dizer que nada me impede. Mas ninguém vai me deixar ir embora com a minha filha. Ela tem um pai, afinal de contas, e ele está aqui. Quem mandou, não é mesmo? O instinto mandou e agora é meio tarde para pensar nisso. Mas o que eu sei é o seguinte: eu preciso sair daqui. Preciso sair daqui em nome da minha sanidade, em nome do meu amor-próprio, em nome de tudo que eu sempre acreditei e que simplesmente não dá pra acreditar aqui neste lugar onde eu vivo. Nem ganhando grana, muita grana. Eu não sei viver na bolha. Preciso sair na rua e me sentir bem. Estou me sentindo acuada. Os prédios estão se dobrando sobre mim. Meus amigos que ganham grana conseguem viver felizes. Eu tento acompanhar a felicidade deles. Mas não sou capaz dessa felicidade. Porque nada do que eu quero está aqui. Eu preciso cair fora. Nem que seja pra descobrir que eu estava errada e voltar.