Thursday, August 23, 2007

drivin me backwards

as pessoas vêm aqui e me vêem com essa mão no chapeuzinho do morto (o morto é um amigo meu), a outra apoiando o queixo,
numa saudação meio blasé, meio de ladinho, oi, tudo bem,
não há nada de novo.

mas há.

tudo novo.
tudo novo.
tudo de novo.
e lá vamos nós, claraverbuck.

saindo de um círculo inútil vicioso morto (não o meu amigo)
entrando em um círculo fértil
numa roda gigante em movimento
onde todo mundo grita em frenesi o tempo inteiro
e as coisas acontecem
e a eletricidade domina a ponta dos dedos
e eu ando sorrindo pela rua, toda fortona poderosa
podendo tudo
percorrendo grandes distâncias de allstar e ipod enquanto os carros se empurram estagnados nas ruas
descobrindo brian eno na esquina da paulista com a consolação
os ombros para trás e a coluna super reta
o som no talo
o sol a pino
meu cabelo soltando umas chispas douradas
e eu andando andando andando.
os dias são bonitos simplesmente porque eu deixo ser
e sou tomada de novo pela iminência de algo grande da qual eu tanto sentia falta.
eu não preciso de nada além disso.
mentira.
mas eu sei, e você também sabe,
e uma hora as coisas vão se alinhar.
a perseverança é favorável, disse o velho china, fogo sobre água era a imagem.
eu acredito no velho china.
então vamos assim, por enquanto,
eu aqui,
você aí,
e nós juntos
não sei exatamente onde, como ou desde quando.

hora dessas a gente descobre.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

  • Vida de gato
  • Das coisas esquecidas atrás da estante : esgotado, procure nos sebos!
  • Máquina de Pinball
senso*