Saturday, October 13, 2007

AVERBUCK IS ON THE TABLE CO.

Eu estou cheia de planos. Cheia de projetos. Cheia de idéias. Cheia de parceiros do caralho para realizar essas idéias. E estou excitada e elétrica com eles, são tantas perspectivas diferentes de escrever que neste sábado à noite, enquanto a Praça Rusvel pega fogo com as Satyrianas e eu zelo pelo sono da minha pequena, perdendo tudo que acontece, resolvi continuar tocando alguns deles diante de um email que reacendeu um que estava meio emaranhado.
(Por que será que eu nunca levo os copos de volta para a cozinha? Tem quatro aqui na minha frente.)
É o seguinte. Durante a Mostra do Cemitério de Automóveis, vendo tantas peças legais, fiquei com vontade de escrever uma também. Um dia a idéia veio, o texto fluiu e... eu nunca consegui terminar. Não como eu quero. Escrevi tendo um ator em mente desde que entrei no teatro e ele estava lá sentado no palco, fumando um cigarro com uma nuvem sobre a cabeça. E agora ele mesmo, esse ator, que também escreve e é diretor, vai me ajudar a dissipar a minha própria nuvem e desemaranhar meu Hell Privé. Ou não, e vamos fazer alguma outra coisa. Mas eu acho que é esse mesmo. E isso me deixou muito feliz. Ainda não vou falar quem é porque estou agora com essa frescura de criar expectativa. Rara.

Bom, aí tem o Delírio de Ruína, parceria minha com a Rita Wainer. Era para ter saído em dezembro do ano passado, eu me enrolei, aí a Rita se enrolou, aí eu me enrolei, a fita da máquina de escrever secou, fomos deixando e deixando, fui escrever outras coisas, ela foi fazer as dela e quase um ano se passou.


Esta não é a Rita, prestenção na estampa, damnit


A idéia é a seguinte: eu e meus pobres dedos passamos os textos, já escritos - nossa senhora da pequena morte, por exemplo, será um deles) no exercício de insanidade que é escrever em uma máquina de 1949 para quem está acostumado com a maciez do teclado e a mamata do backspace. Damos o conteúdo, eu e meus pobres e delicados dedos, que sangram quando bato muito forte. Eis que passo a folha com o texto para a Rita, que fará o que bem entender. Se ela quiser silkar a folha, pode. Bordar? Pode. Pintar, desenhar? Manda ver. O resultado disso será fotografado e voilá, temos nosso livro: fotos das folhas escritas, trabalhadas, ornadas. Alguns dos textos estão no Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante, outros aqui mesmo, outros em parte alguma. De qualquer maneira, pode ter certeza que este livro será uma puta obra de arte e mesmo que o leitor soubesse cada texto de coração, valeria a pena ter. Até porque os livros da Editora do Bispo são todos incríveis.
Lançamento previsto para março, agora sem enrolação e nem atrasos.



E temos o Eu Quero Ser Eu, que não mexo desde janeiro. Pretendo começar apenas quando as burocracias MinCianas se resolverem. A partir daí, terei sete meses para terminá-lo. Fácil. Nunca demorei mais de seis meses para escrever um livro. E esse, diferente dos outros, é uma história que já trago pronta. Para a infelicidade de meus detratores, tem liga, tem estrutura de romance, tem uns diálogos ótimos, não gira apenas em torno da narradora - que não mais é a Camila, virou Alice, uma garota que desenha durante as aulas, questiona tudo e todos, tem uma família peculiar e, se tudo der certo e sair como eu quero, contará com as incríveis ilustrações de Eva Uviedo - e muita gente vai se identificar.




Afinal de contas, todo mundo já foi adolescente, entrou em crise, entrou em conflito com os pais, se apaixonou por alguém que nem sabia da sua existência, brigou com professores, se identificou com professores, e, se você era um adolescente com personalidade, tentou fugir da massa de carneirinhos que se forma na escola, com todo mundo usando tênis iguais, roupas iguais, gírias iguais, comportamentinho excludente para com as outras turmas e toda aquela babaquice que, se você pensar bem, continua na vida adulta. Eu, bom... Eu queria ser eu. E consegui.



E tem o plano master, a grande surpresa, o grande insight mas... Disso eu ainda não posso falar. Só digo que é grande, é do caralho, é coisa minha e da minha ERMÃ e tem a ver com eles. E é para logo.

Ah, claro: DIA VINTE E SETE NOVE TEM PRÉ-ESTRÉIA DO NOME PRÓPRIO EM SÃO PAULO.
Depois tem FESTÃO no StudioSP. Show da banda Porcas Borboletas, importados diretamente de Uberlândia (eles fazem parte da trilha), discotecagem minha e do Miranda, strip da autora depois do sétimo Bloody Mary e... Bem, vocês vão ver. Mas disso eu ainda falo mais, muito mais, quando o flyer estiver pronto. Eu inclusive vou falar só nisso durante a próxima semana inteira.

E agora eu vou fumar, beber chá verde, continuar lendo o Dylan (o Bob, o Bob) que está me surpreendendo com o seu Crônicas - quer dizer, que ele era um poeta foda eu sabia, agora, que ele era um PROSADOR foda... tem alguma coisa que esse cara não saiba fazer? Já sei, não diga: cantar. Tô brincando, não me tirem de Thiago Ney - até que o sono me tome e eu durma para acordar amanhã e ir a duas feiras: a do lado de casa comprar comida e a FENALBA 2007, 6a. Feira Nacional do Livro da Baixada Santista, falar sobre... meu processo de criação literária. Oh, senhor. Eu não tenho certeza se sei falar sobre meu processo de criação literária, mas vamolá. Vou levar uns textos, vou tomar uns drinks, vou contar umas piadas e dá tudo certo. Pagando direitinho, posso estar contando até sobre o meu processo de aplicação de cosméticos diurno & noturno, no caso. Aliás, é isso mesmo que eu vou fazer agora.

Boa noite e boa sorte.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

  • Vida de gato
  • Das coisas esquecidas atrás da estante : esgotado, procure nos sebos!
  • Máquina de Pinball
senso*