virada revirada e o mau-gosto dos meu sonhos
quando começo a protelar demais as coisas, já saco: não vou fazer porra nenhuma. queria escrever sobre como o show do mundo livre foi deus me livre s/a, de como eu gostava daquela banda na juventude e não soube entender ainda se eles decairam, continuaram iguais ou eu que mudei, queria escrever sobre toda a vergonha alheia que senti em determinado show, isso tudo na virada cultural, queria também derramar minha frustração por ter chegado no exato momento em que os porcas borboletas deixavam o palco depois de terem cantado pela primeira vez nossa parceria (letra minha, música de enzo banzo), queria falar tanta coisa que acabei de dizer, mas só consigo lembrar dos quatro sonhos bizarros da noite de hoje, onde estranhamente dormi umas doze horas; eram como sessões de cinema onde eu acordava com terríveis dores nas costas no final, uns sonhos atípicos, um marcado por neurose, o outro por um fetiche de apanhar envolvendo um cara em novaiorque que era um puta de um escroto e aquela não era eu, outro eu esqueci e o último era uma ilha com um monstro horrendo que comia qualquer animal que demonstrasse liderança. eu nào estava lá, era a espectadora do sonho, mas escutava a voz dele e entendia o que ele queria. era um filme de sessão da tarde, uma superprodução de mau-gosto. eu não sei o que está acontecendo com os meus sonhos. e agora eu vou comer na lanchonete da cidade com o meu amigo pedro acosta e depois assistir o nome próprio mais uma vez, mas só depois de comprar um remédio para as dores múltiplas que se apossaram do meu corpo de velha, dor na mão, dor insuportável nas costas e a cabeça explodindo com tudo que eu preciso fazer. as saudades vocês todos podem guardar para sei lá quando, porque nem eu sei onde ando.