Wednesday, June 14, 2006

DUAS SEM TIRAR O SALTO

É isso aí.
Todo mundo foi embora enquanto eu dormia.
Me deixaram sozinha num barco no meio do mar. Ainda bem que eu tinha uma vela.
Uma velinha à deriva comigo no meio do mar.
Isso tinha que ser bonito.
Mas eu não achei bonito. Essas coisas me cansaram.
Toc, toc, toc, toc, barulho do salto ecoando e do dedo batendo na têmpora.
Eu, ecoando.
Eco, eco, eco.
Eu ouvi uma voz de mulher.
Mas tem que ser loucura da minha cabeça. Tem que ser. Tem que ser.
Não era.
Muito prazer, eco, eco, eco.
Você vai ser meu companheiro por muito tempo.
Só não digo pra sempre, bem, porque isso não existe.
E eu, idiota, achava que existia.
Eco, eco, eco.
Nada.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

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senso*