TRUE LIES
I'm not in the mood for love.
Mas isso é difícil de entender.
Eu não quero namorar. Eu não quero casar. Eu não quero nada disso. Aliás, eu não quero casar nunca mais. Nunca mais até eu ficar velha e decidir que quero ter o meu velho pra ficar sendo meu velho e tendo manias e pra gente ficar se cutucando com as bengalas. Eu achava que isso ia acontecer. Eu achava não, eu acreditava. Eu era uma believer. Eu acreditava em família e dias claros e mais um monte de coisas boas que vieram antes das coisas ruins. E eu morro de saudades delas. Mas eu sei que já era. Foi. Ficou tão ruim que elas viraram umas lembranças meio sem gosto, vagas. Nem amargas elas conseguem ser. Amargo é melhor do que sem gosto. Vou arrumar um namorado no sofá do asilo. Até lá, eu e a solidão andaremos de mãos dadas por aí.
Um dia eu tive uma coisa que eu nunca mais vou ter.
Meu coração andou fingindo de morto. Acordou, sacodiu o rabo, virou pro lado e dormiu de novo, o filho da puta. Love is a dog from hell, diria o meu avô.
A vida se perde numas esquinas sujas enquanto eu caminho sozinha de noite ouvindo alguma coisa bem alto e jogando o cigarro na sarjeta.
Esse gosto na minha boca não me é estranho. As coisas nunca param de se repetir.
Cansei de olhar pro lado e ver gente que eu não quero na minha cama.
Cansei de acordar em lugares e sair no silêncio num esforço quase desesperado de sumir pra sempre.
Cansei de fazer sexo com gente que não sabe fazer sexo mas tem certeza que sabe.
Cansei de me gastar.
Cansei de falar isso tudo e repetir a cena no próximo final de semana.
Na verdade eu sou mentirosa e queria simplesmente poder me deixar dormir com o corpo que eu escolhi enroscado em mim.
Mas não.
Eu não sei mais dizer se tem alguma coisa batendo no meu peito. Juro que tento ouvir alguma coisa. Mas só escuto o silêncio.
E o silêncio é sempre cruel.
Mas isso é difícil de entender.
Eu não quero namorar. Eu não quero casar. Eu não quero nada disso. Aliás, eu não quero casar nunca mais. Nunca mais até eu ficar velha e decidir que quero ter o meu velho pra ficar sendo meu velho e tendo manias e pra gente ficar se cutucando com as bengalas. Eu achava que isso ia acontecer. Eu achava não, eu acreditava. Eu era uma believer. Eu acreditava em família e dias claros e mais um monte de coisas boas que vieram antes das coisas ruins. E eu morro de saudades delas. Mas eu sei que já era. Foi. Ficou tão ruim que elas viraram umas lembranças meio sem gosto, vagas. Nem amargas elas conseguem ser. Amargo é melhor do que sem gosto. Vou arrumar um namorado no sofá do asilo. Até lá, eu e a solidão andaremos de mãos dadas por aí.
Um dia eu tive uma coisa que eu nunca mais vou ter.
Meu coração andou fingindo de morto. Acordou, sacodiu o rabo, virou pro lado e dormiu de novo, o filho da puta. Love is a dog from hell, diria o meu avô.
A vida se perde numas esquinas sujas enquanto eu caminho sozinha de noite ouvindo alguma coisa bem alto e jogando o cigarro na sarjeta.
Esse gosto na minha boca não me é estranho. As coisas nunca param de se repetir.
Cansei de olhar pro lado e ver gente que eu não quero na minha cama.
Cansei de acordar em lugares e sair no silêncio num esforço quase desesperado de sumir pra sempre.
Cansei de fazer sexo com gente que não sabe fazer sexo mas tem certeza que sabe.
Cansei de me gastar.
Cansei de falar isso tudo e repetir a cena no próximo final de semana.
Na verdade eu sou mentirosa e queria simplesmente poder me deixar dormir com o corpo que eu escolhi enroscado em mim.
Mas não.
Eu não sei mais dizer se tem alguma coisa batendo no meu peito. Juro que tento ouvir alguma coisa. Mas só escuto o silêncio.
E o silêncio é sempre cruel.