Saturday, September 08, 2007

oh! sweet nothing

o amor é uma coisa muito humilhante.
você escuta o lou reed contando uma história e no meio dela tem "i'll come running to you honey when you want me" e pensa "é".
essa porra me dói aqui.
de novo.
falando de novo nem parece que ele é tão raro, amor é raro, isso tudo é raro, o enrubescimento é raro, a urgência é rara, a dor, ai a dor, ela é muito rara. porque sempre dói um pouquinho, mas quando dói assim fundo sem nem dar pra chorar eu começo a acreditar de novo e repito para mim mesma eu não acredito eu não acredito eu não acredito em nada disso, eu não quero nada disso que acontece na minha vida agora, nada das ruas nada das pessoas nada de nada de nada, eu só queria poder me afogar em você, só em você, eu não acredito. eu não acredito que esse filho da puta desse coraçãozinho de merda sucumbiu de novo, achei que não, que neste round eu ia ganhar, mas ele chega e me nocauteia bem assim de ladinho, despretensiosamente, sem nem saber de nada e se perguntando será que eu mereço? enquanto arranca a espada da pedra sem ofegar. é, o sol brilha e são duas e meia, mais um dia passa, mais um dia com você se infiltrando em mim e eu me rendendo, me rendendo, me rendendo, eu não acredito. não tenho nada. não tenho você, não tenho metade nem o dobro, não tenho nada. tenho o doce nada que você me dá. a doce perspectiva do nada. a morte. e lá se vai mais uma, mais um palito queimado, lá vou eu ladeira abaixo. mais uma morte no meu horizonte e tudo que eu posso fazer é continuar caminhando para ela. definitivo e inevitável, lá vou eu.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

  • Vida de gato
  • Das coisas esquecidas atrás da estante : esgotado, procure nos sebos!
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senso*