Bom, eu poderia escrever muitas coisas sobre essa peça. Tudo começou no dia 17 de março, na estréia dela. Mas são 11:21 e o Leonard Cohen canta nos meus solitários ouvidos nesta manhã insuportavelmente azul.
É uma peça do caralho, dirigida pela minha amiga Fernanda D'Umbra, escrita pelo Jon Fosse, com uns caras muito bons no elenco.
Então Sérgio Mello disse assim:
"E não me venham dizer que o texto fala de rock and roll – não, agora não – porque rock and roll é a última coisa envolvida na parada. Querem falar de rock and roll? Por que não falamos primeiro de garotos esquisitos que têm facilidade pra aprender matemática, o que acham? Ou de garotos aos quais os caguetas recorrem com um tapa na cabeça sempre quando acuados porque sabem que eles nunca vão revidar? Ou de garotos que ficam entediados rapidamente, hein? Ou ainda de garotos que começam a amar enquanto os outros acham as garotas umas chatas.
Roxo é uma peça que fala de amor. E de todas as suas impossibilidades:
-- Você não me ama nem um pouquinho? – ela pergunta.
-- Não, acho que não – ele responde.
-- Então vamos, os outros já devem estar voltando.
Sou piegas, né? Então tá, mulheres não sentem tesão por assassinos e John Lennon cagou pros Beatles por conta de incompatibilidade sonora.
Tá bom."
Tá bom.
Então é o seguinte. Você está aqui lendo este blog, certo. Então você gosta. E se você gosta, certamente vai gostar dessa peça. E se você vai gostar, como eu digo que vai, vá até a praça e assista. Porque uma hora vai acabar. Como diz a Fernanda, teatro não sai em DVD. Então é lá, ó.
ROXO
de Jon Fosse
direção cowboy de Fernanda D´Umbra
com Júlia Novaes, Fabiano de Souza Ramos, Didio Perini, Thiago Pinheiro e Henrique Mello.
Espaço dos Satyros Um - Pça Roosevelt, 214
Sábado - 20h / Domingo - 19h30