I CAN'T SEE CLEARLY NOW
Em casa.
Em casa comigo.
Em casa comigo, os gatos e a bagunça que a tempestade fez.
Escritora Clarah Averbuck encontra sua casa destruída após temporal em São Paulo
Gatos não sabem explicar como dois quadros foram parar no chão, cobertores voaram e copos se espatifaram
Escuto Ike and Tina e arrumo a casa dançandinho. Ike and Tina é demais. Nessa época ela apanhava e fazia tudo certo. Depois foi fazer Mad Max e aiaiai. Ei ei, tô brincando, podem abaixar as bandeiras feministas. Neste disco, "The Soul Of Ike And Tina" tem uma versão de "It's Gonna Work Out Fine", uma música que eu amo e tocava com meu ex-namorado, que também apanhava (rarara, mentira, os dois apanhavam igualmente), só que é tudo invertido; em vez de amor é raivinha e frustração. Virou "Something Came Over Me". Your lovin used to set my soul on fire, your lovin used to be my every desire, but not now darling, something came over you. Estou em uma espécie de tributo pessoal ao Ike aqui, já que ele morreu esses dias e deve estar lá na Grande Jam que eu vi os caras fazendo no Red Rocket 7, sobre qual vou falar daqui a pouco.
Não, vou falar agora. Vocês pessoas que lêem este espaço virtual devem estar de saco cheio dessas gotinhas em inglês que eu tenho pingado. Não é pra entender mesmo. Ninguém além de mim tem direitos por aqui. Sou Ditadora e Soberana deste espaço, isso vocês já sabem. A barra do navegador é serventia da casa. :) Mas enfim, Red Rocket 7 é uma HQ sensacional dum sujeito chamado Mike Allred que conta a história de uns clones alienígenas que acabaram se metendo - e ajudando a fazer - a história do rock. Eu sei que assim parece uma bobagem sem tamanho, mas eu prometo que é legal. Porque além de ser legal para caralho, o que já seria suficiente para uma pessoa que curte quadrinhos, ainda faz um senhor apanhado da história do rock, citando quase todo mundo relevante de todas as épocas, de Little Richard a Link Wray, de Elvis a Rolling Stones, de Beatles a Kurt Cobain. Leia. Compre. Roube. Não, não roube; compre.
Li também "Black Hole", do Charles Burns, que saiu pela Conrad. Sem palavras. Bom demais, forte demais, impressionante demais. Comecei a ler e nunca mais consegui parar. Fiquei puta ao ver que terminava mas não acabava - não tinha prestado atenção no "volume 1". Agora você já sabe. Atenção para a (como sempre) ótima tradução do Mochão - Daniel Pellizzari (Ô MOCHÃO, :~~~). Você, leitor (apontando com o dedinho), pode usar o desconto que postei há alguns dias para adquirir seu próprio Black Hole na Loja da Conrad. É uma das melhores coisas que eu li nos últimos tempos. E se não dou mais detalhes, acredite, é porque o elemento surpresa, neste caso, pode ser muito importante. Para mim, pelo menos, foi. Comecei sem saber o que me esperava e fui sugada lá para dentro sem perdão. Compre. Compre. Compre.
E agora eu preciso colocar um pouco de pomada nos olhos e descansar. Nesta mesma época e neste mesmo dia do ano passado eu estava no Rio de Janeiro sofrendo do mesmo mal: meus olhos lacrimejavam e não suportavam nem a visão de um par de lentes de contato, muito menos a luz. Céus, como fere a luz. Fiquei cega no reveião no meio de um milhão de pessoas na praia de Ipanema, me perdi de todo mundo e ai, chega, não quero mais falar sobre isto. Enfim, isso quer dizer que neste momento eu estou com meus charmosos óculos de pin-up (sim, isto é uma ironia) e sofrendo da mesma maldita lesão na córnea que carrego comigo há um ano, além da sinusite e do calor, é claro.
Uma das minhas resoluções para 2008 é acabar com esta maldita miopia de -5,50 que me atormenta. Chega de Renu, chega de olhos colando, chega de potinhos de lente para viajar, chega de medo de dormir fora de casa casualmente, chega de cuidar para não dormir vendo televisão! Libertad, enfim. Chega. Das minhas resoluções do ano passado, deixa ver, não lembro muito bem de nenhuma, só que eu queria deixar o cabelo crescer. Isso eu consegui. Espero conseguir cumprir todos os prazos de publicação, prestar contas direitinho com o governo e não ser presa, gravar um disco, viajar, mudar de casa e aprender francês com o Picanha. Nada de muito difícil nem ambicioso. Acho que é por isso que acabo conseguindo o que quero. Meus desejos estão quase sempre ao alcance de uma esticada de braço. Pode até ser do braço de outra pessoa. Mas uma esticada de braço mesmo assim.
Ah, e peço desculpas a todos os leitores que foram N'A Obra ontem para me ver. Eu estou presa em São Paulo. Depois explico. Mas é sério. Quer dizer, já está meio que explicado, né? Mas a Transmetropolitan, minha festa, vai rolar bimestralmente, como nossos boletins da escola, vai tocar só música boa (isso eu tenho certeza que já aconteceu ontem, com o Perna e o Rodrigo James) e convidar só bandas boas também. Enfim. Eu sou uma moça de bom-gosto. Isso vocês sabem. Uma mistura entre a Dama e o Vagabundo - porque eu não consigo decidir quem é quem.
Termino aqui ao som de Marianne Faithfull, o dia finalmente resolvendo ir embora, às 7'45 da noite, e peço, de joelhos: Nossa Senhora do Meu Saco Cheio & Doente, livrai-me dos loucos que me atormentam e confundem tudo, livrai-me dos que misturam a Clarah & a Camila (sim, eles ainda existem), livrai-me dos que exageram em mim e esperam que eu seja terapeuta ou amor. Senhor, livrai-me dos loucos chatos e dai-me só os loucos legais, com noção, os que eu escolho e acolho. Esses eu quero, viu, Senhor? Pode mandar. Yeah².
Valeu aí,
c.
Em casa comigo.
Em casa comigo, os gatos e a bagunça que a tempestade fez.
Escritora Clarah Averbuck encontra sua casa destruída após temporal em São Paulo
Gatos não sabem explicar como dois quadros foram parar no chão, cobertores voaram e copos se espatifaram
Escuto Ike and Tina e arrumo a casa dançandinho. Ike and Tina é demais. Nessa época ela apanhava e fazia tudo certo. Depois foi fazer Mad Max e aiaiai. Ei ei, tô brincando, podem abaixar as bandeiras feministas. Neste disco, "The Soul Of Ike And Tina" tem uma versão de "It's Gonna Work Out Fine", uma música que eu amo e tocava com meu ex-namorado, que também apanhava (rarara, mentira, os dois apanhavam igualmente), só que é tudo invertido; em vez de amor é raivinha e frustração. Virou "Something Came Over Me". Your lovin used to set my soul on fire, your lovin used to be my every desire, but not now darling, something came over you. Estou em uma espécie de tributo pessoal ao Ike aqui, já que ele morreu esses dias e deve estar lá na Grande Jam que eu vi os caras fazendo no Red Rocket 7, sobre qual vou falar daqui a pouco.
Não, vou falar agora. Vocês pessoas que lêem este espaço virtual devem estar de saco cheio dessas gotinhas em inglês que eu tenho pingado. Não é pra entender mesmo. Ninguém além de mim tem direitos por aqui. Sou Ditadora e Soberana deste espaço, isso vocês já sabem. A barra do navegador é serventia da casa. :) Mas enfim, Red Rocket 7 é uma HQ sensacional dum sujeito chamado Mike Allred que conta a história de uns clones alienígenas que acabaram se metendo - e ajudando a fazer - a história do rock. Eu sei que assim parece uma bobagem sem tamanho, mas eu prometo que é legal. Porque além de ser legal para caralho, o que já seria suficiente para uma pessoa que curte quadrinhos, ainda faz um senhor apanhado da história do rock, citando quase todo mundo relevante de todas as épocas, de Little Richard a Link Wray, de Elvis a Rolling Stones, de Beatles a Kurt Cobain. Leia. Compre. Roube. Não, não roube; compre.
Li também "Black Hole", do Charles Burns, que saiu pela Conrad. Sem palavras. Bom demais, forte demais, impressionante demais. Comecei a ler e nunca mais consegui parar. Fiquei puta ao ver que terminava mas não acabava - não tinha prestado atenção no "volume 1". Agora você já sabe. Atenção para a (como sempre) ótima tradução do Mochão - Daniel Pellizzari (Ô MOCHÃO, :~~~). Você, leitor (apontando com o dedinho), pode usar o desconto que postei há alguns dias para adquirir seu próprio Black Hole na Loja da Conrad. É uma das melhores coisas que eu li nos últimos tempos. E se não dou mais detalhes, acredite, é porque o elemento surpresa, neste caso, pode ser muito importante. Para mim, pelo menos, foi. Comecei sem saber o que me esperava e fui sugada lá para dentro sem perdão. Compre. Compre. Compre.
E agora eu preciso colocar um pouco de pomada nos olhos e descansar. Nesta mesma época e neste mesmo dia do ano passado eu estava no Rio de Janeiro sofrendo do mesmo mal: meus olhos lacrimejavam e não suportavam nem a visão de um par de lentes de contato, muito menos a luz. Céus, como fere a luz. Fiquei cega no reveião no meio de um milhão de pessoas na praia de Ipanema, me perdi de todo mundo e ai, chega, não quero mais falar sobre isto. Enfim, isso quer dizer que neste momento eu estou com meus charmosos óculos de pin-up (sim, isto é uma ironia) e sofrendo da mesma maldita lesão na córnea que carrego comigo há um ano, além da sinusite e do calor, é claro.
Uma das minhas resoluções para 2008 é acabar com esta maldita miopia de -5,50 que me atormenta. Chega de Renu, chega de olhos colando, chega de potinhos de lente para viajar, chega de medo de dormir fora de casa casualmente, chega de cuidar para não dormir vendo televisão! Libertad, enfim. Chega. Das minhas resoluções do ano passado, deixa ver, não lembro muito bem de nenhuma, só que eu queria deixar o cabelo crescer. Isso eu consegui. Espero conseguir cumprir todos os prazos de publicação, prestar contas direitinho com o governo e não ser presa, gravar um disco, viajar, mudar de casa e aprender francês com o Picanha. Nada de muito difícil nem ambicioso. Acho que é por isso que acabo conseguindo o que quero. Meus desejos estão quase sempre ao alcance de uma esticada de braço. Pode até ser do braço de outra pessoa. Mas uma esticada de braço mesmo assim.
Ah, e peço desculpas a todos os leitores que foram N'A Obra ontem para me ver. Eu estou presa em São Paulo. Depois explico. Mas é sério. Quer dizer, já está meio que explicado, né? Mas a Transmetropolitan, minha festa, vai rolar bimestralmente, como nossos boletins da escola, vai tocar só música boa (isso eu tenho certeza que já aconteceu ontem, com o Perna e o Rodrigo James) e convidar só bandas boas também. Enfim. Eu sou uma moça de bom-gosto. Isso vocês sabem. Uma mistura entre a Dama e o Vagabundo - porque eu não consigo decidir quem é quem.
Termino aqui ao som de Marianne Faithfull, o dia finalmente resolvendo ir embora, às 7'45 da noite, e peço, de joelhos: Nossa Senhora do Meu Saco Cheio & Doente, livrai-me dos loucos que me atormentam e confundem tudo, livrai-me dos que misturam a Clarah & a Camila (sim, eles ainda existem), livrai-me dos que exageram em mim e esperam que eu seja terapeuta ou amor. Senhor, livrai-me dos loucos chatos e dai-me só os loucos legais, com noção, os que eu escolho e acolho. Esses eu quero, viu, Senhor? Pode mandar. Yeah².
Valeu aí,
c.