Thursday, January 25, 2007

Oh! Darling

Darling, Darling!, Darling.
Eu não consigo mais dormir.
Desde que você entrou naquele avião eu nunca mais dormi.
Nunca mais.
Eu me reviro na cama, eu me encolho de um lado só mesmo que não seja na minha cama onde a gente dormia, mesmo que seja na cama da casa dos meus pais, em qualquer lugar eu me encolho no cantinho deixando espaço pra você, deixando um travesseiro pra você. Eu não agüento mais ficar sem dormir.
Desde que você foi embora eu nunca mais dormi.
Está um calor dos diabos em Porto Alegre, eu só consegui suar desde que deitei. Fiz uma tatuagem nova hoje pensando em você e ficou linda. E eu morro de saudade de você todos os dias. Não agüento mais ficar sem dormir. Não agüento mais ficar sem dormir com você. Não agüento mais ficar sem acordar sem você abrindo as minhas pernas no meio da noite e eu meio chapada de remédios dizendo num fio de voz com biquinho de sono ei, mas eu tomei remédios pra dormir e você shhh, Clarinha, e eu shhhh.
Volta.
E quando eu estou no estado de sono que consigo chegar, aquela coisa meio sonhando com os barulhos do quarto, ainda fico esperando que você chegue e me ataque e me acorde e eu fique no estado de semi-sono sendo consentidamente abusada. Darling, eu não agüento mais ficar sem você. Nem tento fazer nada porque como a sua amiga mesmo disse seria como jogar uma colher de terra em um buraco enorme. Eu preciso ir aí na neve, eu preciso ir aí com você acordar de manhã toda melada de porra grudada em você, ou eu preciso que você volte, darling, porque assim não vai dar. Assim eu vou ficar louca de não dormir e louca de saudade. Ora se são horas de levantar pra ficar escrevendo, são três horas da manhã, amanhã tem tudo aquilo que você sabe de manhã. Eu vou ter que ir aí. Senão eu vou morrer de saudade. Eu achava que não existia isso de morrer de saudade. Mas estou começando a acreditar.
Vou tomar mais um comprimido laranja.
E vou ficar achando que você vai chegar quando eu estiver dormindo.
Delirando. Louca de saudade e de falta de sono.
Boa noite aí na neve.
Vou derreter sozinha na cama até dormir meu meio-sono achando que você vai chegar.
Louca de saudade.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

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senso*