Estreia no Rio

Meu primeiro Carnaval no Rio.
Estou digitando em um teclado disfuncional de macintosh. Odeio nao acentuar. Mas e' o que temos.
Fui ao baile do Copacabana Palace com minha amiga Eva Joory e foi uma experiencia antropologica meio estranha. Nunca vi tanto silicone. Bebi bastante champagne. Encontrei um velho amigo com uma fantasia surreal. Um frances me desejava. Fiquei lisonjeada quando descobri com quem ele era casado. Ou e'. Sei la'.
As pessoas sao terrivelmente cafonas.
Hoje fui ao meu primeiro Carnaval de rua. Acordamos cedo, animadas, suamos ao sol, era tudo muito colorido, muito alto, muito excessivo. Gostei. Me apaixonei rapidamente por um ruivo meio vestido de diabo. Meu coracao acelerou. Leandra me disse para tomar uma atitude. "E' Carnaval, Clarah, e ele e' um espetaculo". Ele realmente era. Nunca tive um Carnaval antes, nao sei como agir. Ele foi embora. Provavelmente nunca mais vou ve-lo. Eu nao sabia que era assim. Estou aprendendo a nao renegar os prazeres simples da vida, como o Carnaval. Ele esta' ai e e' uma festa pagan. Chega de ficar em casa de mau humor reclamando. Vou pra rua fazer alguma coisa diferente. "No Carnaval pode tudo", disse a Lele pra Catarina.
Minha filha adorou o Carnaval. Ela era a Sininho. Eu nao era ninguem.
Acho que esse e' o espirito do Carnaval.
Todo mundo e' o que quiser.
Ninguem e' ninguem.
E depois todo mundo volta ao normal.
E' Carnaval.
Com C maiusculo mesmo.
E eu estou gostando disso.