Me Beija Que Eu Sou Cineasta
Acabou.
Mas acabou de uma maneira que eu não acreditei.
Acordamos cedo de novo. Acabadas. Catarina tinha furaconizado a casa. Tudo bem. Era de manhã. Eu não estou acostumada com as manhãs assim ensolaradas, barulhentas. Eu sou uma pessoa muito mal humorada de manhã. Demoro para pegar no tranco. Preciso de café e tempo. Mas não. Acordamos e saímos. Eles estavam lá, dançando ao sol, bebendo cerveja como se nada mais estivesse acontecendo, como se na rua do lado as pessoas outras não estivessem indo trabalhar. Eu estava meio azeda. Leandra se animou em três minutos. Mas ela é uma carnavalesca nata. Eu sou nova nisso, já disse. A coisa foi crescendo e crescendo e saindo de controle. Achei que era um daqueles blocos que não saem, o que eu acho uma coisa até que sensata, mas quem quer ser sensato em uma quarta-feira de cinzas? Menos, claraverbuck. Outro dia o bloco passou na frente de um hospital e todo mundo cantou e batucou baixinho, foi tão lindo. Mas esse era o bloco dos boêmios e preguiçosos então ele só atravessava a rua. Os músicos foram almoçar, mas ninguém queria parar. Outras pessoas tocaram. Otto comandava com um megafone.
Catarina queria ir para casa. Leandra precisava ir trabalhar. Eu precisava de protetor solar porque estava queimando meus ombros brancos. Então o bloco saiu. Atravessou a rua até a praça. E na praça tinha um chafariz. Não sei como, mas quando eu vi estava todo o bloco dentro do chafariz. Dentro. Dançando. Cantando. Um casal se beijava lá dentro com tanta paixão que eu quase chorei e quis muito que meu amor estivesse lá. Ele ia adorar. Ele estava lá comigo, de certa forma. Catarina queria entrar. Leandra já estava lá dentro. Tirei mil fotos. Rondei. E me rendi. Entrei no chafariz e fiquei sambandinho. Era impossível não se contagiar. Impossível. Eu, a azeda, fui arrebatada pelo Carnaval do Rio de Janeiro, aquele mesmo. Não aceitei bem que acabou. Mas ano que vem eu volto.
onde está wally?
frenesi no chafariz
sim, eu sorrio. primeiro registro fotográfico dos meus dentes - e da catarina em êxtase
Mas acabou de uma maneira que eu não acreditei.
Acordamos cedo de novo. Acabadas. Catarina tinha furaconizado a casa. Tudo bem. Era de manhã. Eu não estou acostumada com as manhãs assim ensolaradas, barulhentas. Eu sou uma pessoa muito mal humorada de manhã. Demoro para pegar no tranco. Preciso de café e tempo. Mas não. Acordamos e saímos. Eles estavam lá, dançando ao sol, bebendo cerveja como se nada mais estivesse acontecendo, como se na rua do lado as pessoas outras não estivessem indo trabalhar. Eu estava meio azeda. Leandra se animou em três minutos. Mas ela é uma carnavalesca nata. Eu sou nova nisso, já disse. A coisa foi crescendo e crescendo e saindo de controle. Achei que era um daqueles blocos que não saem, o que eu acho uma coisa até que sensata, mas quem quer ser sensato em uma quarta-feira de cinzas? Menos, claraverbuck. Outro dia o bloco passou na frente de um hospital e todo mundo cantou e batucou baixinho, foi tão lindo. Mas esse era o bloco dos boêmios e preguiçosos então ele só atravessava a rua. Os músicos foram almoçar, mas ninguém queria parar. Outras pessoas tocaram. Otto comandava com um megafone.
Catarina queria ir para casa. Leandra precisava ir trabalhar. Eu precisava de protetor solar porque estava queimando meus ombros brancos. Então o bloco saiu. Atravessou a rua até a praça. E na praça tinha um chafariz. Não sei como, mas quando eu vi estava todo o bloco dentro do chafariz. Dentro. Dançando. Cantando. Um casal se beijava lá dentro com tanta paixão que eu quase chorei e quis muito que meu amor estivesse lá. Ele ia adorar. Ele estava lá comigo, de certa forma. Catarina queria entrar. Leandra já estava lá dentro. Tirei mil fotos. Rondei. E me rendi. Entrei no chafariz e fiquei sambandinho. Era impossível não se contagiar. Impossível. Eu, a azeda, fui arrebatada pelo Carnaval do Rio de Janeiro, aquele mesmo. Não aceitei bem que acabou. Mas ano que vem eu volto.
onde está wally?
frenesi no chafariz
sim, eu sorrio. primeiro registro fotográfico dos meus dentes - e da catarina em êxtase