roda roda roda
aquela dancinha aquelas perninhas ali do mick jagger, antes de ser sir,
me deram uma vontade praticamente indomável de sair de casa
mas nessa chuva, será?
vou
antes tomar um banho de chuveirinho, porra, banho de chuveirinho é uma penitência que ninguém merece, esses banhos onde os braços precisam ficar dando o rumo das águas, mas é o que temos, é o que temos, a não ser que eu tome um banho de chuva, mas aí não, aí não tem cosméticos, aí não tem companhia, eu tomaria um banho de chuva se tivesse alguém aqui comigo pra dividir a chuva. eu lembro da última chuva: faz anos, nem foi chuva, foram umas gotinhas de merda, deu um texto bonito e um amor que já foi pro ralo.
vou pro banho e pra rua.
até amanhã.
hoje.
me voy a serestar, ser/estar, esta achei ser uma grande sacada, fui ver, benedetti já tinha feito isso mileanos antes de mim. rá! amanhã eu
mostro.
hoje.
.
.
.
isso aí foi mentira. tomei banho de chuveirinho, nem lavei o cabelo
vesti
passei rímel lápis aquelas coisas
(mesmo sem saber onde ir)
apaguei as luzes
fui até a porta
e desisti de tudo.
baixou a fóbica.
pensei:
vou ficar aqui com os gatos e a neurose, ainda tem umas cervejas, quem sabe não arrumo a casa.
acabou a cerveja de novo, não arrumei nada, pedi um sanduíche na biopão (veio errado, como sempre e como o troco), vi um pouco de tv (fazia anos que eu nem ligava), fumei uns cigarros e tive umas idéias.
minha sala está muito bagunçada. é sério. vou provar.
(acabo de tentar passar uma foto do celular para o notebuck via bluetooth. que moderno. é claro que não deu certo. mas a simples possibilidade me estarrece. e lembrar daquele hotbit msx com fita k7, rarara)
então não vou provar porra nenhuma. esquece.
fazia tanto tempo que eu não ficava assim compulsiva na frente do computador. faz bem. faz mal. outras coisas fazem mais mal. outras coisas me fariam melhor. melhor mesmo seria arrumar essa zona e ir dormir. mas não.
chove. esta é a melhor hora para ir dormir, quase cinco. os carros já pararam de passar e os ônibus ainda não estão enfurecidos. é a única hora que são paulo cala. adoraria que aqui dentro calasse também. vou tentar. travesseiros, um miosan, água e tristessa. não, tristessa não; o conhecimento do inferno. pronto. vou tentar. a chuva se agrava e eu também. não vou dar adeus aos que ficam porque sei que já não tinha ninguém.
me deram uma vontade praticamente indomável de sair de casa
mas nessa chuva, será?
vou
antes tomar um banho de chuveirinho, porra, banho de chuveirinho é uma penitência que ninguém merece, esses banhos onde os braços precisam ficar dando o rumo das águas, mas é o que temos, é o que temos, a não ser que eu tome um banho de chuva, mas aí não, aí não tem cosméticos, aí não tem companhia, eu tomaria um banho de chuva se tivesse alguém aqui comigo pra dividir a chuva. eu lembro da última chuva: faz anos, nem foi chuva, foram umas gotinhas de merda, deu um texto bonito e um amor que já foi pro ralo.
vou pro banho e pra rua.
até amanhã.
hoje.
me voy a serestar, ser/estar, esta achei ser uma grande sacada, fui ver, benedetti já tinha feito isso mileanos antes de mim. rá! amanhã eu
mostro.
hoje.
.
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isso aí foi mentira. tomei banho de chuveirinho, nem lavei o cabelo
vesti
passei rímel lápis aquelas coisas
(mesmo sem saber onde ir)
apaguei as luzes
fui até a porta
e desisti de tudo.
baixou a fóbica.
pensei:
vou ficar aqui com os gatos e a neurose, ainda tem umas cervejas, quem sabe não arrumo a casa.
acabou a cerveja de novo, não arrumei nada, pedi um sanduíche na biopão (veio errado, como sempre e como o troco), vi um pouco de tv (fazia anos que eu nem ligava), fumei uns cigarros e tive umas idéias.
minha sala está muito bagunçada. é sério. vou provar.
(acabo de tentar passar uma foto do celular para o notebuck via bluetooth. que moderno. é claro que não deu certo. mas a simples possibilidade me estarrece. e lembrar daquele hotbit msx com fita k7, rarara)
então não vou provar porra nenhuma. esquece.
fazia tanto tempo que eu não ficava assim compulsiva na frente do computador. faz bem. faz mal. outras coisas fazem mais mal. outras coisas me fariam melhor. melhor mesmo seria arrumar essa zona e ir dormir. mas não.
chove. esta é a melhor hora para ir dormir, quase cinco. os carros já pararam de passar e os ônibus ainda não estão enfurecidos. é a única hora que são paulo cala. adoraria que aqui dentro calasse também. vou tentar. travesseiros, um miosan, água e tristessa. não, tristessa não; o conhecimento do inferno. pronto. vou tentar. a chuva se agrava e eu também. não vou dar adeus aos que ficam porque sei que já não tinha ninguém.