Nome Próprio (o meu é Clarah Averbuck)
Resolvi fazer alguns esclarecimentos aqui neste pessoal e intransferível blog.
Agora que o Nome Próprio começou a ser comentado por aí, voltou a velha e chata confusão de blog/vida/literatura/arte/outras pessoas que não têm nada a ver com isso. Bom, então vamos lá. Eu, Clarah Averbuck, autora de Máquina de Pinball, Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante e Vida de Gato, publicados respectivamente pela Conrad, Sete Letras e Planeta, ex-alimentadora do blog brazileira!preta, mudo desde 4/1/2003, além de ex-colunista do e-zine mandado exclusivamente por email CardosOnline, que existiu entre 1998 e 2001 e colaboradora de jornais e revistas, vou tentar evitar confusões que me enchem meu saco há muito.
Ter um blog ajudou a publicar um livro? Não sei. O livro já estava sendo escrito antes do blog existir e as pessoas da editora já eram familiares à minha escrita. Ter um blog ajudou o meu livro a ter mais projeção, isso sim. Mas antes do blog eu escrevia no CardosOnline. E o CardosOnline sim me abriu portas, os olhos e o coração para a literatura. Foi ali que eu vi que realmente queria escrever. Antes disso nem existia blog. O blog, para mim, sempre foi apenas uma ferramenta. Não existe literatura de blog. Não existe nada além da ferramenta e do meio - a internet - que me permite publicar sem intermediários e falar o que eu bem entender. Certo. Isso eu fazia no COL. Aí o COL acabou e um amigo me mostrou O Blog. Ótimo. Fui lá e fiz um, porque o COL tinha cinco mil assinantes, parte deles era feita de leitores meus e eu queria continuar escrevendo para eles. Pronto. Foi assim que aconteceu. O COL acabou em setembro de 2001. Eu mudei para São Paulo em julho de 2001. No meu terceiro dia aqui comecei meu primeiro romance, Máquina de Pinball. Algumas partes dele estão no blog. Algumas partes do blog estão nele. Mas ele não é um livro de blog. Ele sequer cita um blog em momento algum, com exceção da orelha. Meu segundo livro, Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante, é uma compilação de alguns posts do brazileira!preta e de outras coisas publicadas na internet. É um livro de blog. Meu terceiro livro, Vida de Gato, é um romance. Não é um livro de blog. A confusão, eu presumo, vem porque a matéria-prima usada para ambos - livros e blog - é a vida desta que vos escreve. Percebam, não estamos falando de um diário. Nem o blog chega a ser um diário, porque a partir do momento em que as coisas estão escritas já não importa mais se aconteceram ou não; são apenas histórias que devem ser lidas e apreciadas como tal. Há sempre exagero e drama por parte do escritor. Como eu mesma disse lá na Campus Party: não é tudo verdade, não é tudo mentira, não é tudo ficção - é arte. E, repito, deve ser apreciada como tal. Cada um faz o que bem entende com seu blog e é isso que faço no meu. O resto... bom, o resto que cuide da sua vida, seus blogs e dos assuntos de seu interesse. Esses assuntos não lhe interessam? Sua vertente literária é outra? Você gosta de blogs com dicas e links? A porta fica na barra do seu navegador, caro internauta.
O filme que o Murilo Salles fez baseado na minha obra não é meu. É dele. É a visão dele sobre a minha obra, escrever, a juventude, as mulheres, a internet, a exposição, o excesso, a solidão e muitas outras coisas. Eu não concordo com algumas delas. Porque o filme é dele - não meu. Aquela Camila é dele - não minha. Eu gostei do filme com algumas ressalvas, é claro, mas fiquei contente com o resultado e acho que só tenho a ganhar tendo a obra adaptada aos 28 anos. É isso que tenho a dizer. Vou continuar a escrever e publicar meus livros, cantar nas minhas bandas, discotecar nas minhas noites, beber com meus amigos, cuidar da minha filha, afofar meus gatos e dispor de pouquíssima paciência.
Abracinho,
c.
Agora que o Nome Próprio começou a ser comentado por aí, voltou a velha e chata confusão de blog/vida/literatura/arte/outras pessoas que não têm nada a ver com isso. Bom, então vamos lá. Eu, Clarah Averbuck, autora de Máquina de Pinball, Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante e Vida de Gato, publicados respectivamente pela Conrad, Sete Letras e Planeta, ex-alimentadora do blog brazileira!preta, mudo desde 4/1/2003, além de ex-colunista do e-zine mandado exclusivamente por email CardosOnline, que existiu entre 1998 e 2001 e colaboradora de jornais e revistas, vou tentar evitar confusões que me enchem meu saco há muito.
Ter um blog ajudou a publicar um livro? Não sei. O livro já estava sendo escrito antes do blog existir e as pessoas da editora já eram familiares à minha escrita. Ter um blog ajudou o meu livro a ter mais projeção, isso sim. Mas antes do blog eu escrevia no CardosOnline. E o CardosOnline sim me abriu portas, os olhos e o coração para a literatura. Foi ali que eu vi que realmente queria escrever. Antes disso nem existia blog. O blog, para mim, sempre foi apenas uma ferramenta. Não existe literatura de blog. Não existe nada além da ferramenta e do meio - a internet - que me permite publicar sem intermediários e falar o que eu bem entender. Certo. Isso eu fazia no COL. Aí o COL acabou e um amigo me mostrou O Blog. Ótimo. Fui lá e fiz um, porque o COL tinha cinco mil assinantes, parte deles era feita de leitores meus e eu queria continuar escrevendo para eles. Pronto. Foi assim que aconteceu. O COL acabou em setembro de 2001. Eu mudei para São Paulo em julho de 2001. No meu terceiro dia aqui comecei meu primeiro romance, Máquina de Pinball. Algumas partes dele estão no blog. Algumas partes do blog estão nele. Mas ele não é um livro de blog. Ele sequer cita um blog em momento algum, com exceção da orelha. Meu segundo livro, Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante, é uma compilação de alguns posts do brazileira!preta e de outras coisas publicadas na internet. É um livro de blog. Meu terceiro livro, Vida de Gato, é um romance. Não é um livro de blog. A confusão, eu presumo, vem porque a matéria-prima usada para ambos - livros e blog - é a vida desta que vos escreve. Percebam, não estamos falando de um diário. Nem o blog chega a ser um diário, porque a partir do momento em que as coisas estão escritas já não importa mais se aconteceram ou não; são apenas histórias que devem ser lidas e apreciadas como tal. Há sempre exagero e drama por parte do escritor. Como eu mesma disse lá na Campus Party: não é tudo verdade, não é tudo mentira, não é tudo ficção - é arte. E, repito, deve ser apreciada como tal. Cada um faz o que bem entende com seu blog e é isso que faço no meu. O resto... bom, o resto que cuide da sua vida, seus blogs e dos assuntos de seu interesse. Esses assuntos não lhe interessam? Sua vertente literária é outra? Você gosta de blogs com dicas e links? A porta fica na barra do seu navegador, caro internauta.
O filme que o Murilo Salles fez baseado na minha obra não é meu. É dele. É a visão dele sobre a minha obra, escrever, a juventude, as mulheres, a internet, a exposição, o excesso, a solidão e muitas outras coisas. Eu não concordo com algumas delas. Porque o filme é dele - não meu. Aquela Camila é dele - não minha. Eu gostei do filme com algumas ressalvas, é claro, mas fiquei contente com o resultado e acho que só tenho a ganhar tendo a obra adaptada aos 28 anos. É isso que tenho a dizer. Vou continuar a escrever e publicar meus livros, cantar nas minhas bandas, discotecar nas minhas noites, beber com meus amigos, cuidar da minha filha, afofar meus gatos e dispor de pouquíssima paciência.
Abracinho,
c.