Sunday, December 30, 2007

I CAN'T SEE CLEARLY NOW

Em casa.
Em casa comigo.

Em casa comigo, os gatos e a bagunça que a tempestade fez.

Escritora Clarah Averbuck encontra sua casa destruída após temporal em São Paulo

Gatos não sabem explicar como dois quadros foram parar no chão, cobertores voaram e copos se espatifaram


Escuto Ike and Tina e arrumo a casa dançandinho. Ike and Tina é demais. Nessa época ela apanhava e fazia tudo certo. Depois foi fazer Mad Max e aiaiai. Ei ei, tô brincando, podem abaixar as bandeiras feministas. Neste disco, "The Soul Of Ike And Tina" tem uma versão de "It's Gonna Work Out Fine", uma música que eu amo e tocava com meu ex-namorado, que também apanhava (rarara, mentira, os dois apanhavam igualmente), só que é tudo invertido; em vez de amor é raivinha e frustração. Virou "Something Came Over Me". Your lovin used to set my soul on fire, your lovin used to be my every desire, but not now darling, something came over you. Estou em uma espécie de tributo pessoal ao Ike aqui, já que ele morreu esses dias e deve estar lá na Grande Jam que eu vi os caras fazendo no Red Rocket 7, sobre qual vou falar daqui a pouco.

Não, vou falar agora. Vocês pessoas que lêem este espaço virtual devem estar de saco cheio dessas gotinhas em inglês que eu tenho pingado. Não é pra entender mesmo. Ninguém além de mim tem direitos por aqui. Sou Ditadora e Soberana deste espaço, isso vocês já sabem. A barra do navegador é serventia da casa. :) Mas enfim, Red Rocket 7 é uma HQ sensacional dum sujeito chamado Mike Allred que conta a história de uns clones alienígenas que acabaram se metendo - e ajudando a fazer - a história do rock. Eu sei que assim parece uma bobagem sem tamanho, mas eu prometo que é legal. Porque além de ser legal para caralho, o que já seria suficiente para uma pessoa que curte quadrinhos, ainda faz um senhor apanhado da história do rock, citando quase todo mundo relevante de todas as épocas, de Little Richard a Link Wray, de Elvis a Rolling Stones, de Beatles a Kurt Cobain. Leia. Compre. Roube. Não, não roube; compre.



Li também "Black Hole", do Charles Burns, que saiu pela Conrad. Sem palavras. Bom demais, forte demais, impressionante demais. Comecei a ler e nunca mais consegui parar. Fiquei puta ao ver que terminava mas não acabava - não tinha prestado atenção no "volume 1". Agora você já sabe. Atenção para a (como sempre) ótima tradução do Mochão - Daniel Pellizzari (Ô MOCHÃO, :~~~). Você, leitor (apontando com o dedinho), pode usar o desconto que postei há alguns dias para adquirir seu próprio Black Hole na Loja da Conrad. É uma das melhores coisas que eu li nos últimos tempos. E se não dou mais detalhes, acredite, é porque o elemento surpresa, neste caso, pode ser muito importante. Para mim, pelo menos, foi. Comecei sem saber o que me esperava e fui sugada lá para dentro sem perdão. Compre. Compre. Compre.



E agora eu preciso colocar um pouco de pomada nos olhos e descansar. Nesta mesma época e neste mesmo dia do ano passado eu estava no Rio de Janeiro sofrendo do mesmo mal: meus olhos lacrimejavam e não suportavam nem a visão de um par de lentes de contato, muito menos a luz. Céus, como fere a luz. Fiquei cega no reveião no meio de um milhão de pessoas na praia de Ipanema, me perdi de todo mundo e ai, chega, não quero mais falar sobre isto. Enfim, isso quer dizer que neste momento eu estou com meus charmosos óculos de pin-up (sim, isto é uma ironia) e sofrendo da mesma maldita lesão na córnea que carrego comigo há um ano, além da sinusite e do calor, é claro.

Uma das minhas resoluções para 2008 é acabar com esta maldita miopia de -5,50 que me atormenta. Chega de Renu, chega de olhos colando, chega de potinhos de lente para viajar, chega de medo de dormir fora de casa casualmente, chega de cuidar para não dormir vendo televisão! Libertad, enfim. Chega. Das minhas resoluções do ano passado, deixa ver, não lembro muito bem de nenhuma, só que eu queria deixar o cabelo crescer. Isso eu consegui. Espero conseguir cumprir todos os prazos de publicação, prestar contas direitinho com o governo e não ser presa, gravar um disco, viajar, mudar de casa e aprender francês com o Picanha. Nada de muito difícil nem ambicioso. Acho que é por isso que acabo conseguindo o que quero. Meus desejos estão quase sempre ao alcance de uma esticada de braço. Pode até ser do braço de outra pessoa. Mas uma esticada de braço mesmo assim.

Ah, e peço desculpas a todos os leitores que foram N'A Obra ontem para me ver. Eu estou presa em São Paulo. Depois explico. Mas é sério. Quer dizer, já está meio que explicado, né? Mas a Transmetropolitan, minha festa, vai rolar bimestralmente, como nossos boletins da escola, vai tocar só música boa (isso eu tenho certeza que já aconteceu ontem, com o Perna e o Rodrigo James) e convidar só bandas boas também. Enfim. Eu sou uma moça de bom-gosto. Isso vocês sabem. Uma mistura entre a Dama e o Vagabundo - porque eu não consigo decidir quem é quem.

Termino aqui ao som de Marianne Faithfull, o dia finalmente resolvendo ir embora, às 7'45 da noite, e peço, de joelhos: Nossa Senhora do Meu Saco Cheio & Doente, livrai-me dos loucos que me atormentam e confundem tudo, livrai-me dos que misturam a Clarah & a Camila (sim, eles ainda existem), livrai-me dos que exageram em mim e esperam que eu seja terapeuta ou amor. Senhor, livrai-me dos loucos chatos e dai-me só os loucos legais, com noção, os que eu escolho e acolho. Esses eu quero, viu, Senhor? Pode mandar. Yeah².

Valeu aí,

c.

Saturday, December 29, 2007

(aos) meus pés

fim de ano,
conta murcha,
um puta calor e a cidade vazia,
eu toda colando, com sinusite e manha.
osasco, um fiasco.
sampa, uma maravilha.

meus olhos quentes. mal consigo respirar. tusso um pouco às vezes. aconitum napellus e sinudoron adiantando porra nenhuma. os dias e as horas se vão e nem eu e nem ninguém percebe. passam, apenas. e eu deixo que passem porque é assim que tem que ser.

spoil me, i'm sick.

not going anywhere as long as it's good, ouvindo jorge ben com os olhos cheios da única coisa que eu quero ver.

as long as it's good.

amanhã
ou depois
eu volto pra casa.

amanhã ou depois
eu consigo escrever
e volto para mim.

Thursday, December 27, 2007

but we went on

mental note: throw shoes out the window.

damn those shoes.




(eu sei. eu SEI. ninguém está entendendo porra nenhuma. eu também não. tenham paciência. eu não sabia. ninguém sabia. aiaiai. é o calor. certas coisas eclodem com o calor e o fim do ano. mentira. não tem nada de calor nem de fim de ano. ayayay. tenham paciência. ou não tenham e desistam de mim por ora. porque é assim que está.)

Tuesday, December 25, 2007

too much two soon

c'mon, let's face it, this is getting ridiculous.
you know it is.
i'm not in denial because there's nothing to deny.
i can only say yes.
yes.
yes. yes.
now help me back up and kiss me like you did before you leave.



and hurry back.

Hmmmm

Sunday, December 23, 2007

A ÍNDOLE DA MULTIDÃO

existiu uma época na minha vida em que as coisas só pioravam.
eu acordava e não era o meu dia.
nunca era.
agora as coisas passaram a funcionar. depois de algum tempo tomando no rabo, que fique claro.

e quando as coisas começam a funcionar sempre tem um chorrilho de filho-da-puta pra tentar te botar pra baixo. dizer que você não merece, que você é ou não isto ou aquilo, como se alguém realmente soubesse algo sobre alguém ou alguma coisa nesta vida - ainda mais na internet, que piada. as pessoas mal sabem sobre elas mesmas. deve ser por isso que gastam tanto tempo enchendo meus pacovás; o problema, na verdade, é com elas. terapia, por favor. análise já. não tenho nada com isso, arrumem as suas encrencas internas. a vida continua e as boas coisas também, é claro, mas valha-me meu saco, a inveja é um negócio realmente duro de se lidar. eu nunca peguei no pé de ninguém, faço aqui as minhas coisas e mesmo assim tem gente terrivelmente incomodada com a minha existência. ser incomoda. mas é assim que é, eu é que não vou me desculpar por isso. deleitem-se. percam seu tempo. só não encham meu saco e nem passem dos limites - por exemplo, meter foto da minha filha no meio é passar do limite do engraçadinho para o muito baixo. aí não dá. eu não vou virar um michael jackson paranóico escondendo minha filha com véus, mas já apaguei meu fotolog por causa de coisas do gênero. ah, você não sabia que eu tinha fotolog? não era pra saber mesmo. era para ser uma coisa mais familiar, assim. não tiro foto no espelho, não uso photoshop (meus votos a quem faz, cadum cadum) e ninguém sabia daquela merda, mas sempre tem um pra sacanear. enfim, acabou. espero que, se ainda não tiverem arrumado nada melhor para fazer, sacaneiem apenas a mim a partir de agora. já fiz escola militar no assunto, afinal. o mundo sensato agradece se não mais usarem imagens de pessoas de quatro anos de idade. se não fosse isso eu nem estaria aqui perdendo meu tempo falando nada. mas mexeu com filho, meu sangue judeu ferveu e a praga em iídiche brotou nos lábios. melhor não.

ontem foi um dia do caralho, tive notícias muito boas envolvendo trabalho & projetos para o ano que vem. nem vou contar agora para não misturar com esse monte de merda. mas vai ser lindo e fuerte, vai ser do caralho. eu com os meus. no meio dos meus.

dos meus.

os meus amigos, as pessoas que eu amo.

o resto, francamente, eu quero é que se foda e vá arrumar alguma coisa nova e construtiva para fazer.

com vocês eu deixo novamente um poema do bukowski que sempre serve para esses momentos de escrotidão da massa.

A ÍNDOLE DA MULTIDÃO

Há suficiente traição, ódio,
violência,
Absurdo no ser humano comum
Para abastecer qualquer exército a qualquer
momento.
E Os Melhores Assassinos São Aqueles
Que Pregam Contra o Assassinato.
E Os Melhores No Ódio São Aqueles
Que Pregam AMOR
E OS MELHORES NA GUERRA
-ENFIM- SÃO AQUELES QUE PREGAM
PAZ

Aqueles Que Pregam DEUS
PRECISAM de Deus
Aqueles Que Pregam Paz
Não Têm Paz.
AQUELES QUE PREGAM AMOR
NÃO TÊM AMOR
CUIDADO COM OS PREGADORES
Cuidado Com Os Conhecedores.

Cuidado
Com Aqueles
Que Estão SEMPRE
LENDO
LIVROS

Cuidado Com Aqueles Que Ou Destestam
A Pobreza Ou Orgulham-se Dela

CUIDADO Com Aqueles Rápidos Em Elogiar
Pois Eles Precisam de LOUVOR Em Retorno

CUIDADO Com Aqueles Que Rápidos Em Censurar:
Eles Temem O Que
Desconhecem

Cuidado Com Aqueles Que Procuram Constantemente
Multidões; Eles Não São Nada
Sozinhos

Cuidado
O Homem Vulgar
A Mulher Vulgar
CUIDADO Com O Amor Deles

Seu Amor É Vulgar, Busca
Vulgaridade
Mas Há Força Em Seu Ódio
Há Força Suficiente Em Seu
Ódio Para Matá-lo, Para Matar
Qualquer Um.

Não Esperando Solidão
Não Entendendo Solidão
Eles Tentarão Destruir
Qualquer Coisa
Que Difira
Deles Mesmos

Não Sendo Capazes
De Criar Arte
Eles Não
Entenderão A Arte

Considerarão Seu Fracasso
Como Criadores
Apenas Como Falha
Do Mundo

Não Sendo Capazes De Amar Plenamente
Eles ACREDITARÃO Que Seu Amor É
Incompleto
ENTÃO TE ODIARÃO

E Seu Ódio Será Perfeito
Como Um Diamante Brilhante
Como Uma Faca
Como Uma Montanha
COMO UM TIGRE
COMO Cicuta

Sua Mais Refinada
ARTE

Saturday, December 22, 2007

it could happen to you

oh no.
oh yes.
oh shit.
oh my god.









oh yes.

Friday, December 21, 2007

gerenciamento diário de férias escolares - parte I

essa época do ano.
amy a gata urrando no cio, quase se jogando pelas janelas, desesperada pelas paredes.
eu tentando abstrair.
todo mundo maluco na rua,
eu tentando abstrair.
gente desequilibrada no meu pé,
eu ignorando - é o que se deve fazer. NADA.

comprei de novo um cipreste de natal, essas árvores falsas são feias demais. o do ano passado morreu. do retrasado também. eu sei que este também vai morrer, todas as plantas morrem na minha mão. eu vou tentar, vou cuidar, seria bom se ele sobrevivesse até o próximo ano e etc, mas eu duvido. talvez se a catarina cuidar. comprei também um cactus. esse eu sei que não vai morrer. sempre quis ter um cactus. é meu presente de natal. que eu vou passar aqui em casa mesmo, sem drama. ano passado foi assim. muitos outros anos foi assim também. eu abdicava de passar o natal com a família. não é que eu desgoste da minha família. só não gosto desse negócio de ter uma data marcada para gostar dela e ter que querer estar com todos. uma obrigação. é como cobrar gratidão. não funciona. não funciona para mim esse negócio de juntar todo mundo numa data que acham especial e decidirem que eu devo ficar gostando de todos juntos ao mesmo tempo. é mais fácil gostar das pessoas separadamente e se aprofundar um pouco mais nelas do que ficar em papo-furado familiar de natal. não gosto. por isso sempre fugi dessas datas. são sempre as mesmas perguntas e as mesmas respostas. não posso com isso. prefiro ficar em casa com as minhas mesmas perguntas, procurando novas respostas. ou sair por aí, sei lá, simplesmente sair, com sorte ganhar umas garrafas de alguma coisa, uns livros, algumas pessoas ainda são legais o suficiente para darem presentes sem querer nada em troca, simplesmente porque gostam genuinamente de você. eu sou um pouco assim, mas com pessoas muito específicas.

esse ano eu até gostaria de ir para porto alegre. muitos dos meus amigos estão lá, seria legal encontrá-los no habitat natural. respirar um pouco de ar puro também seria bom. gravar uns sons no estúdio do meu pai, andar um pouco pela cidade e tudo mais. quer dizer, isso tudo vai acontecer, mas não agora. infortúnios familiares aconteceram e eu não vou para lá. depois. catarina é canceriana afinal de contas e sente falta da casa do ékedaelo, a entidade única na qual ela transformou meus pais, e da dadá, minha avó que ela insiste ser avó dela. pensando bem, acho que a minha avó também tem alguns flashbacks catarina/clarah. já cansei de dizer, sangue não é água.

enfim.
tenho um cipreste enfeitado na minha sala e um cactus. as luzinhas eu negociei para o quarto da catarina. tento gerenciar a relação enfeites de natal/catarina/cinco gatos.
meu amigo b. diz que sou jovem demais para ter tantos gatos. às vezes eu concordo. outras vezes passo nas portas das baladas, enfio a cabeça lá dentro e penso que em casa com os gatos é muito mais divertido. tenho muito isso, visualizo onde quero estar. freqüentemente tenho vislumbrado minha cama da porta do quarto enquanto o som estoura meus tímpanos e as pessoas gritam para conversar. me sinto velha. passei dos vinte e sete, rumo à fazenda banquer rio, plano de quem não tem sonho e precisa de algum futuro. tenho preferido ficar em casa, às vezes nem na minha casa, na casa dos integrantes dos meus times de futebol, ouvindo, observando, às vezes simplesmente me entregando ao sono em exaustão. me sinto velha. mas ainda não velha demais. antes me sentia velha sem justificativa. agora me sinto velha por ter sentido a passagem do tempo, deixado de ser precoce e ter entrado na normalidade. olha, é bom. achei até que tinham me esquecido um pouco. mas sempre tem alguém pra te encher os pacovás. a eles reservo apenas o mais puro e genuíno silêncio. se o mundo dependesse de todo mundo entender tudo para girar, já tinha caído de órbita faz muito tempo.

e agora com licença,
vou ver barbie e o lago dos cisnes.
faz parte do gerenciamento diário de tempo escrever/gatos/filha nas férias.

depois que ela dormir eu continuo.

adiós por ora.

yesterday's numbers

i watch you as you read me
i read you as you reach me.
we're all contagious, dear, and there ain't no cure for that.



(and if there was we'd all refuse it)








to my boys,
you know who you are.

Monday, December 17, 2007

A Garota & Seu Desconto



Olha só como a minha editora é legal. Recebi esses descontos para meus leitores - ou para pessoas que me odeiam ou mesmo passantes, veja só. Neste caso a legal sou eu, que em vez de mandar por email só para amigos cuidadosamente selecionados estou publicando no blog. Enfim, lá tem infinitos Crumbs & Dr. Gonzos, tem Laertevisão, tem um livro chamado Almost Blue que estou a ler, de um italiano chamado Carlo Lucarelli, tem o Black Hole, do Charles Burns, que acabou de sair, tem muita, muita coisa legal e eu, se fosse você, ia lá e enchia meu carrinho. E, claro, se você ainda não tem seu próprio exemplar de Máquina de Pinball, corra. A edição está acabando. Aí eu vou poder dizer que tenho dois livros esgotados. Que lindo.


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* Cupons válidos até 31/12/2007.

Sunday, December 16, 2007

lei de averbuck

1. é verdade, mas é tudo mentira.

1.a: quanto mais alto o fogo, mais rápido vira cinza;
1.b: só porque é intenso, não significa que seja definitivo;
1.c: só porque é efêmero, não significa que seja raso;
1.d: urgência não é pressa;
1.e: se entregar é diferente de se apegar;
1.f: hoje é tudo, amanhã é amanhã.

apêndice lou reed à lei de averbuck:

you know you'd better cool it down.

Saturday, December 15, 2007

i sure hope that's it

Friday, December 14, 2007

eu: a fábrica de certezas suicidas.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

eu vou processar a claro por atraso de mensagens. chegar tudo junto às 3 da manhã? not fair.
maldita, maldita.

pelo menos o ding dong das mensagens me tirou de um daqueles pesadelos de onde é impossível sair. você faz um esforço e tenta acordar. consegue. alívio. mas aí uma porta abre ou você vê alguma coisa e se dá conta que ainda está sonhando. e sabe disso. o corpo fica paralisado e as coisas horríveis continuam a te sufocar. é raro acontecer, mas aconteceu. acordar disso é o maior alívio. ainda bem que a sensação não persistiu. algumas vezes ela demora a se dissipar.


e hoje, das 6 às 8 da tardenoite, estarei no programa “BandNews FM a Caminho do Bar”

disse a jéssica, moça que me chamou:

"Trata-se de um jornal que vai ao ar das 18h às 20h, mesclando as principais notícias do dia e entrevistas com convidados especiais.

O diferencial é que, a cada sexta-feira, o jornal é apresentando de um bar diferente de São Paulo; a “praia” de muitos paulistanos no verão."

o programa será transmitido do são cristóvão, na vila madalena.

e depois... vou copiar do blog do marião:

HOJE

Pra que mesmo a gente faz uma festa dessa? Pra lançar um livro? Pode ser. Mas acho que isso é só um pretexto. Na verdade esse reunir um bando de amigos com a promessa de uma noite rock and roll é um dos tais paraísos estratégicos que vamos armando pra vida ficar um pouco mais suportável, pro nosso rendimento como ser humano ser aprovado na conclusão do curso. Nós vamos tentando. A festa de hoje deve ser um dos últimos respiros do Juke Joint que deve fechar nesse final de semana (o Flavinho mandou avisar). Vamos sentir falta desse refúgio rock and roll. Vamos tentar fechar esse ciclo decentemente.



Além do que tá aí no cartaz, ainda tem discotecagem da Clarah Averbuck. No show da "Saco de Ratos" devem rolar canjas da Clarah, do Picanha e do Flavinho Vajman.

______________________________________________________

pronto.

é isso.

agora eu vou comprar uma árvore de natal porque a minha filha está achando um absurdo eu demorar tanto pra montar essas coisas. e é mesmo. e esse ano pode até vir a ser legal, afinal, o tempo está tão maluco que é capaz de realmente nevar no natal.

e depois eu vou pra vida, que essa semana é minha.

adiós,

c.

enquanto as janelas batem e o frio sussurra que eu vou ter que dormir sozinha

ah, vá
.

The early cars
Already are
Drawing deep breaths past my door
And last night's phrases
Sick with lack of basis
Are still writhing on my floor

And it doesn't seem fair
That your wicked words should work
In holding me down
No, it doesn't seem right
To take information
Given at close range
For the gag
And the bind
And the ammunition round

Conversation once colored by esteem
Became duologue as a diagram of a play for blood
Took a vacation, my palate got clean
Now I could taste your agenda
While you're spitting your cud

And it doesn't make sense
I should fall for the kingcraft of a meritless crown
No, it doesn't seem right
To take information
Given at close range
For the gag
And the bind
And the ammunition round

This is not about love
'Cause I am not in love
In fact I can't stop falling out

This is not about love
'Cause I am not in love
In fact I can't stop falling out
I miss that stupid ache

What is this posture
I have to stare at
That's what he said when I'm sittin' up straight
Change the name of the game 'cause he lost
And he knew he was wrong but he knew it too late
But I'm not being fair
'Cause I chose to listen to that filthy mouth
But I'd like to choose right
Take all the things that I've said that he stole
Put 'em in a sack
Swing 'em over my shoulder
Turn on my heels
Step out of this sight
Try to live in a lovelier light

This is not about love
'Cause I am not in love
In fact I can't stop falling out

This is not about love
'Cause I am not in love
In fact i can't stop falling out
I miss that stupid ache

Tuesday, December 11, 2007

oh boy,

i needed that.

Monday, December 10, 2007

ih, começou

o inferno astral de cristo.

eu odeio essa época do ano. dá tudo errado.
oquei, não tudo. mas sete coisas consecutivamente dão errado. e eu choro. eu choro mesmo. em desistência. sento no cantinho e choro.
catarina fica mais hiperativa e eu não consigo gerenciar, eu perco um olho do meu último par de lentes e fico caolha, os depósitos não entram, as coisas caem, as coisas não funcionam, as pessoas me cobram, as coisas não funcionam, enfim, as coisas não funcionam, as empregadas e babás faltam e quando vêm, fazem tudo errado e eu choro.

eu odeio essa época do ano.

Friday, December 07, 2007

across the universe

desde o trailer quero muito muito ver esse filme. muito muito. aqui tem uns pedaços. parece do caralho. parece requerer companhia também. uma mão pra segurar. pelo menos isso eu acho que consigo. quero muito muito ver esse filme.


Thursday, December 06, 2007

comunicado oficial de solidão crônica

eu não estou mais no ramo do romance.
a última vez foi o dia do pezinho. mas foi só um breve momento. muito breve. não lembro mais como se faz isso. nem sei mais se sinto falta. vai acostumando. a solidão vira parte de você. uma vez um amor (talvez o último, talvez o único) me disse que a solidão ia sufocar qualquer um que ele amasse. era verdade. um domingo à tarde ele deitou na sala da minha casa e eu senti aquele peso. naquela época eu ainda não era assim. eu acreditava. acreditava nele deitado na sala da minha casa, lindo como sempre foi. não entendi aquela inquietação e aquele peso. era ela. era a solidão. me sufocando exatamente como ele tinha dito. ele se foi. e a solidão ficou. aquela maldita solidão era contagiosa e hoje eu que posso dizer: a minha solidão vai sufocar qualquer um que eu amar. ontem eu saí. sozinha. fiquei bebendo sozinha até aparecer alguém. e mesmo quando apareceu, mesmo enquanto conversávamos, mesmo enquanto outras coisas aconteciam eu ainda me sentia sozinha. essa solidão é como uma capa. nada mais chega em mim. eu posso até me entregar, posso até tirar a roupa, posso tentar, mas vou continuar sozinha. não sei desde quando isso acontece. de repente era assim fazia tempo. uma solidão crônica. antes eu procurava alguém com quem não me sentisse sozinha. era minha grande busca. agora já não faz mais diferença. acostuma como quem bebe demais se acostuma com a ressaca. faz parte. tenho outros tipos de amor. tenho amor de muitos meninos. mas não é romance, não tem manhãs, não tem mãozinha entrelaçada e pezinho roçando enroscado debaixo do lençol, não tem beijo e abraço, não tem cinema, não tem fazer nada juntos, não tem silêncios confortáveis e nem cabeça no colo. nem lembro como é isso. nem lembro da sensação. acho que o romance morreu em mim. e eu nem notei.

o jogo

perdi.


rarara.

lose the game.

Wednesday, December 05, 2007

PROGRAMAÇÃO DE HOJE

Chuva.
Chuva chata.
Fiona Apple rolando.
Catarina dormindo um pouquinho.
(If there was a better way to go then it would find me, I can't help it - the road just rolls out behind me)
Os sujeitos que estragaram meu banheiro não apareceram. O cara pintou a parede pior do que a cara dele, o chuveiro está capenga, a tampa da privada está completamente arranhada, as tomadas estão pintadas e ele diz que "só falta o box". Vai fazer serviço porco assim na casa da senhora sua sogra, amigo. Mas enfim. É só um banheiro. Que eu não posso usar para tomar banho. Mas enfim.

Vamos à programação de hoje.

Eu já mencionei isso por aqui: sofro de Transtorno Bipolar, outrora conhecido como Psicose Maníaco-Depressiva. Creio que esse nome assustava e destruía famílias, então resolveram mudar para uma coisa mais leve. Só que não é leve. Prefiro o nome antigo, dá mais a dimensão do que é realmente sofrer disso. Demorei muito tempo para me acertar com um psiquiatra e tomei doze medicamentos diferentes até conseguir me equilibrar. Deu muita merda no caminho. Tinha insônia, aí me davam um hipnótico para dormir e o hipnótico me causava amnésia anterógrada, ou seja, eu tomava o remédio às dez da noite e esquecia o que tinha feito às seis da tarde. Uma beleza. Entre outras coisas. Mas o pior mesmo foi quando eu cometi a grande cagada de parar de tomar remédios. "Estou bem, vou parar de tomar remédio", era o que eu pensava, sem cogitar o óbvio: eu estava bem justamente porque estava tomando remédio. Aí eu parava e toda a merda voltava. Quando digo merda não me refiro a depressãozinha ou choro debaixo da cama. Me refiro a me atirar de carros em movimento "porque queria descer e a pessoa não parava" (esse era o meu raciocínio lógico na hora) ou peitar um sujeito armado achando que era a mulher-maravilha e tomar uma coronhada na cabeça que me fez levar vários pontos. Ainda bem que foi uma coronhada e não um tiro. Eu poderia ter morrido. Algumas vezes eu poderia ter morrido. Mas eu não morri; sou uma sortuda. Algumas vezes achei que os medicamentos afetavam a minha criatividade, mas é besteira. Estabilizadores de humor simplesmente me mantém longe da mania e da depressão. Ficar louca não é bom, não tem nenhum glamour e eu quero distância absoluta disso. Transtorno Bipolar não é cool.

Acho importante colocar essas coisas por vários motivos. Algumas pessoas têm medo de ir ao psiquiatra e ficam aí dementes pelas ruas, acabando com a própria vida e machucando e afastando as pessoas que amam. Procurar ajuda não é nem coisa de fraco e nem de louco, é simplesmente a coisa certa a se fazer. Mas pior do que isso são as pessoas que se acham "meio bipolares". Ninguém é meio bipolar. Você pode ser uma pessoa de extremos, mas isso não quer dizer que você seja bipolar. Bipolar extrapola os extremos. E é por isso que precisam de estabilizadores de humor. Pessoas normais precisam apenas de autocontrole. E isso não existe em uma pessoa com quadro bipolar. Eu não sou nenhum exemplo de equilíbrio, mas isso é parte da minha personalidade. Os excesso de desequilíbrio é cortado pelo estabilizador. Eu não deixo de sentir mais ou menos, simplesmente me livrei das reações desmedidas que tinha antes. Enfim, eu estou falando isso tudo porque hoje é o lançamento do documentário Fora de Foco, dirigido pela Silvia Segall e que conta com depoimentos de Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, Mário Prata, Luciana Vendramini, Regina Casé, Eduardo Giannetti e desta que vos escreve. Teoricamente, era para ser um documentário sobre a felicidade (quem?), mas aborda TOC, distimia, depressão, bipolaridade e "a estranha vontade de ser feliz", como diz o texto do Contardo Calligaris no convite.

Bom, eu estarei lá.

(Enquanto eu escrevia isso os rapazes chegaram, instalaram o box e se foram. O box é horrível. Quero minha banheira.)

viciada em excesso

tenho esquecido meu nome.
tenho esquecido todos os nomes.
tenho esquecido promessas e dívidas, noites e manhãs. tenho acordado com os olhos inchados de quem chorou, mas sem lembrança de lágrima alguma. tenho misturado o sagrado e o profano em galões de álcool por dias demais. tenho me embebido em vergonha manhãs demais. tenho sentido aquele peso nos meus ombros, um peso conhecido e indesejado. não é culpa. não é nada. é cansaço. um cansaço que se instala e fica cravado nos ossos, em todos os ossos do corpo inteiro. tenho sentido a passagem do tempo sobre mim e sobre mim apenas enquanto certezas efêmeras e suicidas dançam à minha volta como moscas em chacota.
não quero.
não posso.
não devo.
não sei fazer diferente.
me perco, me perco e condeno os caminhos. deito sempre acompanhada de solidão. abraçada a ela no meio de todas as multidões. pago por tudo que digo e faço. pago por outros. não quero ser redenção de ouvidos e bocas que não me pertencem, mas não existe escolha. sou viciada em excesso e não quero mais saber de espelho.
tenho esquecido meu nome, tenho esquecido todos os nomes.
só não esqueço quem eu sou.
ser é maldição.
quero não-ser.
ou ser tudo.
tudo menos este nada amargo com gosto de morte.
tudo menos este fim.
o fim de todas as coisas que ardem.

Tuesday, December 04, 2007

shame, shame, shame.

Monday, December 03, 2007

três momentos

I. um post offline

eu sou o tim maia da literatura.

sim, eu estou em londrina. quer dizer, indo para londrina, participar do londrix, no avião. mas não na hora que tinha que estar. nem no dia. era para ter sido sábado, mas achei sem condições encarar show dos meus meninos (eu já aprendi que sempre vamos longe demais) e depois voar às sete da manhã. aí a gente remarcou para domingo. o que não adiantou nada, porque eu acabei tendo que fazer umas coisitas na noite de ontem e nunca mais voltei. aí cheguei tardecedo e fui dar uma dormidinha. quando é que eu vou aprender a parar de achar que vou dar dormidinhas? dormidinhas não existem. existe dormir para caralho e perder a hora. aí óbvio que eu perdi o vôo. a arte milenar. mas deu tudo certo. quase enfartei com a tam, tinha uma frescurada de não poder trocar o vôo porque tinha sido comprado em agência e aai, mas um moço prestativo ajudou.
eu estou com umas olheiras absurdas e malemal fiz a mala, dado o estado de minha mente.
também acho que estou cansada.
cansada.
não cansada daquele jeito que se resolve dormindo. cansada. acumulada.
mas vai mudar. eu sinto. vai acontecer alguma coisa. soy bruja, sempre sinto a iminência no ar.
raramente eu erro.
e estamos chegando em londrina.
preciso contar da exposição da yoko ono. demais. a yono é demais. mas agora eu preciso desligar el computador.

II. depois da sauna

não, não tem sauna no hotel. a sauna era na rua. sauna seca. só faltou o cheiro de pinho sol. foi bom. eu não sei bem o que falar numa sala onde todos esperam que eu fale, então fiz a única coisa que sei fazer: tentar botar os outros nos meus olhos. eu não sou boa em ser o centro das atenções diante de desconhecidos. timidez em corpo de pavão. mas foi legal. creio que fui clara.

mas aí depois veio o fabrício carpinejar.

meu deus.
fiquei passada. existem poucas pessoas no planeta com um carisma como o dele. não consigo descrever. tudo fica concentrado ali, nele. incrível, fantástico, extraordinário. queria ter gravado tudo o que ele disse para ficar repassando depois. fiquei revendo depois de qualquer maneira. sensacional. só isso.


III. só comigo ou tudo culpa do bob dylan


ontem fui dormir cedo, acordei hoje surpreendentemente na hora, depois de sonhar uma espécie de continuação da noite que não aconteceu, tomei banho, me empacotei e fui para o aeroporto. tudo certo. encontrei o gross lá e ia rolar uma carona pra casa - somos praticamente vizinhos. tudo certo. certíssimo. só era meio atravessado ter que trocar de avião em curitiba, mas tudo bem, afinal, estava tudo certo. e quando está tudo certo eu dou um jeito de alguma coisa sair errada. talvez a culpa seja do maldito ipod, meu melhor amigo. chamaram, eu entreguei o cartão de embarque, segui as pessoas, passei pelo corredor de sanfona, entrei no avião. sentei. não vi o gross e nem o produtor da cachorro grande. eles tinham ficado sentados quando eu entrei. mas aí fecharam a porta. e nada do gross e nem do produtor. eu levantei e falei "moça, faltam dois amigos meus". e ela "não, estão todos aqui". pensei que eles talvez tivessem passado por mim sem eu ver. era meio impossível, mas enfim. isso tudo eu de ipod, ouvindo o highway 61 revisited. o avião começou a andar. eu tirei os fones. "bem-vindos ao vôo da ocean air com destino ao rio de janeiro". NÃO! OCEAN AIR? RIO DE JANEIRO? NÃO NÃO! chamei a moça. moça, estou no vôo errado. comoção. foi falar com o comandante, aquele idiota, que disse: "senhores passageiros, teremos que voltar porque uma passageira da tam entrou inadvertidamente no nosso vôo". COMO SE FOSSE APENAS CULPA MINHA. ninguém checa cartão de embarque? contam os passageiros errado também? vão tudo se foder. uma velha começou a falar bem alto: MAS E OS EXECUTIVOS QUE TÊM HORÁRIO? como se eu não tivesse NENHUM COMPROMISSO NA CIDADE DE SÃO PAULO. a vagabunda tatuada desocupada não faz nada da vida além de entrar no avião dos outros e atrasar os executivos. crispei os dentes e cerrei as mãos. e botei os fones de volta BEM ALTO para não agredir ninguém. o cara ao meu lado foi solidário. eu queria matar a velha, que não parava de falar e queria reclamar com o gerente. o marido dela, um também velho desagradável, sugeriu que eu descesse no meio da pista. a aeromulher riu e disse que não dava, era muito alto. aumentei o volume ainda mais. ódio, ódio, ódio. ódio do comandante e do casal de velhos. não eram velhinhos, eram velhos, sabe gente velha? tem gente que envelhece mas não fica velho. aquilo lá era velhice pura e do pior tipo, daqueles notoriamente imbuídos em preconceito contra qualquer coisa que seja diferente do que eles conhecem. morram. a merda do avião finalmente chegou no desembarque e eu fui. a velha falou alguma coisa que eu não ouvi quando passei. eu só disse "ah, vá, minha senhora". me senti educada. devia mandar ela enfiar aquela rabugice no meio do cu enrugado dela. desejei ardentemente que ela pegasse um avião errado antes da sua morte (que certamente vai demorar a chegar) e lembrasse deste dia. o moço da tam me esperava no corredor de sanfona. contei para ele o que aconteceu e ele riu. alguém com senso de humor, enfim. o meu vôo já tinha saído, é claro. tinha perdido o vôo, a carona e feito papelão na frente do meu amigo. claraverbuquei. agora estou na lan house do aeroporto a esperar. se bem que já está quase na hora. aliás, está bem na hora. me voy. adiós.

Saturday, December 01, 2007

regra número zero

se eu não lembro, então não aconteceu.


 
 

TUDO TINHA MUDADO. Menos o que ficou igual.

  • Vida de gato
  • Das coisas esquecidas atrás da estante : esgotado, procure nos sebos!
  • Máquina de Pinball
senso*